Investigação

Para além de Factos e Ficções: a Finança Europeia em Transformação


PARA ALÉM DE FACTOS E FICÇÕES: A FINANÇA EUROPEIA EM TRANSFORMAÇÃO

FINANCIAMENTO: FCT (referência: PTDC/IVC-ANT/4520/2014)

DURAÇÃO: 24 meses

DATA DE INÍCIO: 1 de Agosto de 2016

RESUMO: Este projeto consiste numa abordagem socioantropológica de processos de transformação financeira atualmente em curso na União Europeia, procurando explorar empiricamente três vias complementares: 1) as articulações e colaborações interinstitucionais presentemente em curso ao nível da supervisão e regulação com o objetivo de produzir novos tipos de conhecimento — i.e. distintos das modelizações até aqui dominantes — aplicados à gestão e acompanhamento das organizações financeiras; 2) o nível crescente de  politização representado por movimentos de cidadãos empenhados em remover a finança do controlo tecnocrático e inscrevê-la nas agendas políticas contemporâneas; 3) as novas alternativas e experiências que procuram reincrustar o dinheiro e a finança (ou o que se poderia chamar de artesanato financeiro e pluralismo monetário).
A pesquisa apoia-se em dados empíricos relevantes provenientes das áreas do estado, do mercado e do terceiro setor, procurando colocar perspetivas não especializadas lado a lado com as perspetivas dos peritos e académicos, de modo a obter uma visão atualizada das bases da confiança coletiva no dinheiro e na finança — uma visão que não separe entre finança oficial e finança alternativa e que não recorra nem ao estatuto estabelecido dos factos técnicos nem ao carácter fictício das convenções sociais.
O contexto empírico geral diz respeito à União Europeia em tempo de incerteza, marcada por esforços notórios de reforma financeira a par da crise das dívidas soberanas e de políticas de austeridade nalguns países. O método é marcadamente etnográfico, implicando a realização de quatro estudos de caso, um mínimo de oitenta entrevistas formais, 2-3 trabalhos de campo intensivos, juntamente com a observação participante de eventos e pesquisa documental. Recorrer-se-á igualmente a formas de pesquisa colaborativas, nomeadamente através de websites, fóruns de discussão online e consultas públicas.

INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO: CSG/SOCIUS (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa)

EQUIPA: Daniel Seabra Lopes (coordenador), Rafael Marques, Steffen Dalsgaard, Ana Cordeiro Santos, Valerio Simoni, José Dias Lopes, José Gonçalves Pinto, Sandra Coelho e Inês Faria.